sexta-feira, 6 de novembro de 2009

I drove all night

Um conto baseado na canção homônima de Roy Orbison

Já passava das duas da madrugada, era uma noite quente de verão. Eu estava inquieto, me revirando na cama até que decidi pegar algo gelado para beber na cozinha, após consumir quase que meia garrafa de água em um só gole, eu fui tentar dormir novamente.

Desta vez peguei no sono quase que instantaneamente, logo comecei a sonhar. De devaneios malucos a lugares completamente vazios, sonhei de tudo um pouco, foi quando avistei uma porta de mogno antigo em uma das casas que vi isolada de tudo e de todos, por impulso, resolvi ir até a porta e abrí-la. Para a minha surpresa, a porta não estava trancada, coloquei os pés para dentro da casa misteriosa e nas paredes da casa havia quadros com fotos de nós dois, fui seguindo os quadros até entrar em um quarto apenas banhado pela luz do luar e lá estava você, linda como sempre, com os seus longos cabelos pretos voando ao vento, seus lábios delicados e vermelhos sussurravam o meu nome como se você chamasse por mim, quando me aproximei de você tudo desapareceu e eu acordei com um desejo enorme de te ver.

Ignorei o fato de que você mora à 250km da minha casa, apenas me troquei, liguei o carro e parti em alta velocidade. Aquela visão que tive de você no meu sonho ficou na minha mente o caminho todo, algumas vezes esta visão era substituída pelos lugares onde tiramos as fotos que estavam nos quadros daquela casa no meu sonho. Eu pensava nas diversas formas possíveis de como você ia me receber ao chegar de surpresa na sua casa, cheguei até a cogitar a ideia de ser preso por invasão de domicílio. Mas para mim, nada disso importava, eu estava louco para te ver.

Avistei a placa indicando o acesso à entrada da cidade, um bálsamo para os meus olhos, agora era só questão de dez minutos para chegar até a sua casa, eu já estava tirando a chave certa para abrir a porta.

Quando estacionei, quase esqueci de acionar as travas e o alarme do carro, virei a chave na porta e andei sorrateiramente pela casa, até chegar ao seu quarto.

Lá estava você, dormindo como uma princesa encantada de um conto de fadas pós-moderno, enrolada no lençol de cetim que eu havia lhe presenteado no aniversário de um ano do nosso namoro, fiquei tão feliz de que você o estava usando.

Comecei a acariciar o seu cabelo, sempre leve como seda. À medida que eu me aproximava de você eu podia ouvir sua respiração tão calma e serena. Quando meus olhos avistaram seus lábios, lindos como no sonho, senti um forte impulso de te beijar.

Seus olhos abriram lentamente e deitei ao seu lado na cama, quando você abriu aquele doce sorriso, você disse que eu havia respondido ao seu chamado e que nossos corações estavam conectados.

Eu respondi sorrindo que apenas havia dirigido a noite toda louco para estar ao lado dela, se isso era certo eu não sabia. Eu dirigi a noite toda para vê-la sonhar e também fazer amor com ela.

No final, nos beijamos e fizemos amor como nunca havíamos feito antes, com a prova de que fomos feitos um para o outro, nossos corações estavam conectados.

Fim

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